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Uberlândia dá exemplo no tratamento para pessoas autistas no SUS


O CRTEA, da Prefeitura Municipal de Uberlândia, administrado pela Missão Sal da Terra, é tema de trabalho apresentado em conferência nacional




O Centro de Referência do Transtorno do Espectro do Autismo de Uberlândia (CRTEA), primeiro centro de referência, via SUS, especializado no atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) de Minas Gerais, foi selecionado para apresentação de um projeto na I Conferência Nacional de Planificação da Atenção à Saúde promovida pelo Ministério da Saúde (MS), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), que acontecerá nos dias 12 e 13 de dezembro de 2022, de forma virtual.


O tema apresentado pelo CRTEA será "Tratamento de qualidade para autistas pelo SUS é possível? Proposta para implantação de rede de cuidado à criança e adolescente com TEA em Uberlândia/MG", com autoria da Psicopedagoga e Supervisora do CRTEA, Adriana Helena Bueno VieiraEla explica que, entre os resultados observados, que serão demonstrados na conferência, o principal foi a melhora na qualidade de vida dos pacientes, familiares e cuidadores. “O evento é de grande relevância para a promoção de boas práticas no SUS. É uma grande satisfação compartilhar uma experiência de sucesso de acesso integral, universal e gratuito, a serviços de saúde de qualidade para a população diagnosticada com TEA no município de Uberlândia, por meio de uma rede de serviços com capacidade de oferta do cuidado integral para este público, com base nas melhores práticas baseadas em evidência”, comemora Adriana.


A psicopedagoga vê o momento como uma oportunidade de compartilhar boas práticas com resultados significativos para a melhora de vida da pessoa com autismo, assim como seus familiares, visando a ampliação do serviço para outros locais, oportunizando tratamento adequado a mais pacientes. “Através de momentos como esta Conferência, podemos divulgar e dividir experiências de intervenções baseadas em evidência, tais como terapia comportamental e programas de treinamento para pais, que reduzem significativamente as dificuldades de comunicação e de comportamento social, e que têm um impacto positivo no bem-estar e na qualidade de vida de pessoas com TEAs e seus cuidadores,” afirma.


Atendimentos

O CRTEA já atendeu mais de 680 pacientes, em menos de um ano de funcionamento, e reúne uma equipe composta por 18 colaboradores da Missão Sal da Terra e 5 profissionais do Instituto Voar, das mais diversas especialidades, como fisioterapia, serviço social, neurologia, psicologia, terapia ocupacional, entre outras. A média de idade das crianças atendidas é de 5 anos.


O trabalho do CRTEA permite um acompanhamento especializado para o público-alvo, a articulação e integração dos pontos de atenção das Redes de Saúde no município de Uberlândia, qualificando o cuidador por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às necessidades das crianças e adolescentes diagnosticados com TEA e de seus familiares no município. Além do estabelecimento de uma rede articulada e consolidada de rastreio, diagnóstico e intervenção terapêutica para crianças e adolescentes com TEA, o que contribui significativamente para a promoção da qualidade de vida de pessoas com TEA e suas famílias.


Adriana reforça que, ao reconhecer as características fundamentais do espectro e os déficits comuns nas habilidades sociais e no comportamento, entende-se a importância do CRTEA, que contribui para uma melhor adaptação das pessoas com TEA na sociedade, a partir de práticas baseadas em evidências científicas.


O CRTEA baseia seu trabalho na Análise Aplicada do Comportamento (ABA). O tratamento possui grande suporte científico e tem sido a base de intervenção mais pesquisada e amplamente adotada para promover a qualidade de vida de pessoas com TEA. As características gerais do tratamento envolvem identificação de comportamentos e habilidades que precisam ser melhoradas, seleção e descrição dos objetivos, e delineamento de uma intervenção que envolve estratégias comprovadamente efetivas, para modificação do comportamento através da orientação e treinamento parental.


Por isso, para a psicopedagoga, o trabalho com a criança, dentro do contexto familiar, faz com que os pais se sintam autoconfiantes para a evolução do tratamento, visando sempre o desenvolvimento da criança com TEA, que, quando possui esse apoio dentro da família, tende a se desenvolver mais rapidamente. “Os pais são, usualmente, os principais agentes de mudança no processo terapêutico de seus filhos, atuando como mediadores entre a orientação profissional e a implementação de contingências favoráveis à mudança da criança, em seu ambiente natural,” afirma Adriana.

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